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5 clássicos da literatura chinesa a não perder

Uma das formas de melhor compreendermos a cultura chinesa é através da sua literatura, que acompanha a história milenar do país. Devido a sua longa história, fica difícil escolher o que ler – entres romances clássicos a tratados filosóficos, há para todos os gostos.

O Pastel decidiu dar uma ajuda e fazer uma selecção daqueles livros que não deve mesmo perder para compreender melhor a cultura chinesa.


1. Analectos, Confúcio

Os Analectos de Confúcio são uma compilação de diálogos atribuídos a Confúcio, reunidos pelos seus seguidores. Escrito entres os sécs. V a.C. e o I d.C., tornou-se um dos principais textos do Confucionismo, influenciando profundamente não só a cultura e o pensamento chinês, mas também de toda a Ásia Oriental ( Coreia, Japão, Vietname).

Confúcio defendia uma ordem social baseada na harmonia e na virtude, tanto pessoal como social. O bem estar e desenvolvimento de um país estava ligado, segundo ele, ao desenvolvimento da virtude do indivíduo, especialmente da classe governante. Os Analectos servem como referência para transmissão de valores como a educação e respeito pela hierarquia.


2. O Romance dos Três Reinos, Luo Guanzhong

A influência desta obra na literatura chinesa é comparável aos Lusíadas de Camões na literatura portuguesa. Escrita no séc. XIV, conta a história do período dos três reinos, época entre o final da dinastia Han e inÍcio da dinastia Jin, período em que o pais esteve dividido em 3 reinos que lutavam entre si para ascender ao trono imperial.

Sendo um romance histórico, uma parte é real, outra parte é lendária – mas repleta de histórias sobre conquistas, batalhas, intrigas, vitórias e derrotas.

Escrito num estilo simples e oral, o Romance dos Três Reinos é das obras que mais vezes foi adaptada para filmes, séries e videojogos, fazendo parte do imaginário não só chinês mas também dos países vizinhos.


3. Margem de Água, Shi Nai’an

Passada durante a dinastia Song, conta a historia de 108 foras de lei que se reúnem na montanha Liang para formar um exército, antes de serem perdoados pelo governo e ser dada autorização para combater rebeliões e invasões inimigas, depois de perdoados pelo governo imperial.

A história, escrita em chinês corrente , é baseada em lendas e tem personagens marcantes para a cultura popular chinesa, um pouco ao estilo de Robin dos Bosques. Também foi alvo de várias adaptações para filmes, séries e videojogos.


4. A Viagem para Ocidente, Wu Chengen

Um épico à moda chinesa, a Viagem para Ocidente é baseada tanto em eventos históricos como em mitologia chinesa, filosofia budista e taoísta e lendas populares. Conta a história da peregrinação do monge budista Xuanzang e Sun Wokong, o rei-macaco até a Índia à busca das escrituras sagradas budistas. Sun Wokong é uma figura com poderes mágicos que protege Xuanzang nas suas aventuras.

A Viagem para Ocidente é tão popular que um dos animes japoneses mais populares de todos os tempos, o Dragon Ball, é vagamente baseado na história e a personagem Son Goku é baseada no Rei Macaco Sun Wukong.


5. O Sonho da Câmara Vermelha, Cao Xueqin

Reconhecida como a obra prima da literatura chinesa, a história gira de um triângulo amoroso. A personagem principal, Jia Baoyu, está apaixonado por Lin Daiyu, a sua prima, mas está prometido em casamento a outra prima, Xue Baochai, enquanto a sua família perdia estatuto social.

Esta história escrita no século XVIII, durante a dinastia Qing, acredita-se que seja uma historia semi-biográfica, sendo considerada notável não só a quantidade de personagens mas também as descrições da sociedade chinesa daquela altura. É tão influente que já foi adaptada cerca de 14 vezes para filme, 10 vezes para series de televisão e até o estudo académico da obra tem nome próprio – Estudos Vermelhos.